Que culpa tenho eu de amar-te assim?
Que culpa terás tu de o não saberes?
Quem adivinha o que se passa em mim?
Como adivinharei o que tu queres?
Oh! corações secretos de mulheres!
Oh! minhas ilusões mágoas sem fim!
Porque hei-de eu ter só mágoas, não prazeres?
Será por tanto amar-te, querubim?
Tudo que à luz da Natureza existe
Alegre num momento e noutro triste
... E eu sou tristeza sempre, sempre pranto...
O mais humilde verme que rasteja
Um outro tem que o ama, afaga e beija,
... E eu nada tenho por amar-te tanto...
Rui de Noronha
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