sábado, 17 de maio de 2008

Rui de Noronha na Byblos

Para os que não podem deslocar-se a Cascais ou à Associação, podem encontrar a obra África, surge et ambula. Rui de Noronha poeta moçambicano, na Livraria Byblos, no Amoreiras, em Lisboa.

sábado, 3 de maio de 2008

Divino Baptismo

Por toda a noite, aflita, a triste mãe

Chorou junto do berço o filho morto.

Fora, gemendo, os ventos num vaivém

Eram da triste o único conforto.


"Dói-me que o leves, porque a dor transporto

Ao seu destino, sem baptismo, Além.

Baptisa-mo, Senhor, e não me importo

Com a dor de jamais ter no mundo um Bem."


Findou a noite. Os ventos calaram

Na natureza as cousas acordaram

Ao louco grito da primeira luz...


E enquanto a mãe dormia, doce e mansa,

A luz do sol no peito da criança

Foi desenhar uma pequena cruz.



Rui de Noronha

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Origem das Coisas - o verso

"Uma lágrima de Deus, puríssima e cristalina, escorregou um dia, Céu abaixo, e começou, devagar, na Terra serpenteando, mágoa de prata, uma curva aqui, ali um salto, rimas de dor constantemente, metrificações azúis, sem foz, sem início, cantando a Dor, o Amor, a Desventura, cantando a Luz, a Aurora, chorando a Vida...
E sempre devagar, sempre correndo, serenamente, entrou nos nossos corações, passou a nossa alma - e foi correndo... correndo...
Do vago marulhar, recoleando,
Que em nossos corações ficou disperso
E da saudade dessa Dor cantando,
Nasceu então subitamente o verso"
Rui de Noronha, Espólio literário

No Carmo, foi assim...



Estivemos no Largo do Carmo, festejámos a liberdade, mostrámos, para quem nos visitou, o que faz o ERNA.